terça-feira, 3 de novembro de 2009

MEMORIAL DE LEITURA CURSISTAS

     "Guardo poucas lembranças da minha infância, talvez porque, tenho a impressão de que eu sentia muito medo. O que lembro muito bem é que minha mãe gostava muito de ler, mas não que ela lesse para nós.
     Quando eu estava na primeira série, naquela época, não existia o jardim da infância, ou existia? A professora, Dona Madalena, chamou-nos ao quadro para apontar a letra do nosso nome. Apontei direitinho e ainda ganhei elogios. Guardo até hoje, se é que a traça ainda não destruiu, o meu boletim recheado de 100, 100, 100.
     Na quarta série, certa vez a  professora mandou lermos em dupla e foi um horror, eu não conseguia acompanhar a colega de estava comigo. Morri de vergonha.    
     Houve uma época, eu já era adolescente, começaram a chegar muitos livros à minha cara, alguém emprestara-os, através de meu cunhado, de Sabrina aos clássicos. A minha mãe e minha irmã caçula devoraram os livros e eu ficava sem participar das conversas porque não conseguia lê-los. Eu tinha muito sono. E quando, com muito esforço, conseguia ler até a madrugada, ficava a historia passando na minha cabeça como um filme.
     De um bom tempo para cá, consigo ler, mas não como gostaria; varar a madrugada por não conseguir parar de ler. Li alguns bons livros:  a revolução dos bichos, este parei de fazer tudo até concluí-lo. Clarissa, música ao longe, recordação da casa dos mortos, o alienista, e tantos outros, que apesar de um sono terrível mas  maravilhoso, cheguei até o fim.
     Gosto muito de ler textos que abordam o universo escolar, professor, aluno, comportamento. Amo ler para os alunos, fazendo reflexões sobre o que eles falam. Hoje, eu gostaria que as minhas aulas fossem todas de leitura, leitura, leitura..."
NANCI DE BRITO.CURSISTA.

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